Eu tentei. Eu juro que tentei te compreender. Mas eu não posso ajudá-lo, por mais que eu queira; por mais que eu insista. Eu não posso melhorá-lo. Você é indisponível. Eu não te tenho mais. E não posso fazer nada sobre esse seu estranho temperamento, que em certas ocasiões decide me amar, e em outras me trata como se eu não fosse mais do que uma mulher que convive com você, assim como tantas que vieram, e hoje não ficaram, por causa da sua inconstância. Sou só mais uma. Não o seu amor. Não sou a que você quer bem. Eu sou um pouco de nada, e você insiste em mentir para mim, me fazendo acreditar que eu sou tudo. Se nem espaço para que eu seja tanto, você tem.
Você é incurável. E eu não estou mais podendo entrar em seu mundo, pois você atualmente vive em tons de frieza. Você me vira às costas quando eu tampo seu buraco, e se vira para mim, com seu típico olhar suplicante, quando seu abismo estoura e sua barragem sangra. Seu coração é inquebrável, e inabitável. Eu não caibo nele. Você não me deixa.
Eu sou uma de muitas em sua tristeza. Você se tornou um psicopata em seu próprio universo, só se ver. Eu sou transparente para você. Por favor, nem as minhas feridas mais evidentes você consegue enxergar. Você não me tem. Você não quer me ter. Você me questiona por eu ter que ir embora... Mas me diga por que eu ficaria? Eu não posso te mudar. Eu não posso te virar do avesso. Para você, eu sou uma confusão. Para você, eu sou um problema irresolvível. Eu sinto que permaneço na sua vida, porque sou útil.
Eu te amo, paixão. Eu te amo muito.
Mas eu não vou continuar
sendo os seus altos e baixos. Eu tô cansada.
Escrito por Emanuel Hallef